Memória Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja
Cor: Branca | Ofício próprio | 1º Semana do Saltério | Ano Ímpar (I)
Aclamação ao Evangelho Mt 24,42a.44
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Vigiai, diz Jesus, vigiai,
pois, no dia em que não esperais,
o vosso Senhor há de vir.
Evangelho
Ficai preparados!
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Mateus 24,42-51
Naquele tempo disse Jesus aos seus discípulos:
“Ficai atentos!
porque não sabeis em que dia virá o Senhor.
Compreendei bem isso:
se o dono da casa soubesse
a que horas viria o ladrão,
certamente vigiaria e não deixaria
que a sua casa fosse arrombada.
Por isso, também vós ficai preparados!
Porque na hora em que menos pensais,
o Filho do Homem virá.
Qual é o empregado fiel e prudente,
que o senhor colocou como responsável
pelos demais empregados,
para lhes dar alimento na hora certa?
Feliz o empregado,
cujo senhor o encontrar agindo assim,
quando voltar.
Em verdade vos digo,
ele lhe confiará a administração de todos os seus bens.
Mas, se o empregado mau pensar:
‘Meu senhor está demorando’,
e começar a bater nos companheiros,
a comer e a beber com os bêbados;
então o senhor desse empregado
virá no dia em que ele não espera,
e na hora que ele não sabe.
Ele o partirá ao meio
e lhe imporá a sorte dos hipócritas.
Ali haverá choro e ranger de dentes”.
Palavra da Salvação.
Memória Santo Agostinho, bispo e doutor da Igreja
Cor: Branca | Ofício próprio | 1º Semana do Saltério | Ano Ímpar (I)
O Senhor vos conceda
que o amor entre vós e para com todos
aumente e transborde sempre mais.
Leitura da Primeira Carta de São Paulo aos Tessalonicenses 3,7-13
Irmãos,
ficamos confortados,
em meio a toda angústia e tribulação,
pela notícia acerca de vossa fé.
Agora sentimo-nos reviver,
porque vós estais firmes no Senhor.
Como podemos agradecer a Deus por toda a alegria
que nos invade diante do nosso Deus,
por causa de vós?
Noite e dia rezamos efusivamente
para vos rever e completar
o que ainda falta na vossa fé.
Que o próprio Deus e nosso Pai,
e nosso Senhor Jesus
dirijam os nossos passos até a vós.
O Senhor vos conceda
que o amor entre vós e para com todos
aumente e transborde sempre mais,
a exemplo do amor que temos por vós.
Que assim ele confirme os vossos corações
numa santidade sem defeito
aos olhos de Deus, nosso Pai,
no dia da vinda de nosso Senhor Jesus,
com todos os seus santos.
Palavra do Senhor.
Salmo 89(90),3-4.12-13.14 e 17 (π. 14)
R. Saciai-nos de manhã com vosso amor!
Vós fazeis voltar ao pó todo mortal, *
quando dizeis: “Voltai ao pó, filhos de Adão!”
Pois mil anos para vós são como ontem, *
qual vigília de uma noite que passou. R.
Ensinai-nos a contar os nossos dias, *
e dai ao nosso coração sabedoria!
Senhor, voltai-vos! Até quando tardareis? *
Tende piedade e compaixão de vossos servos! R.
Saciai-nos de manhã com vosso amor, *
e exultaremos de alegria todo o dia!
Que a bondade do Senhor e nosso Deus *
repouse sobre nós e nos conduza!
Tornai fecundo, ó Senhor, nosso trabalho, *
fazei dar frutos o labor de nossas mãos! R.
Dos livros das confissões, de Santo Agostinho, bispo
lib. 7,10.18; 10,27: csel 33,157-163.255)
Instigado a voltar a mim mesmo, entrei em meu íntimo, sob tua guia e o consegui, porque tu te fizeste meu auxílio (cf. Sl 29,11). Entrei e com certo olhar da alma, acima do olhar comum da alma, acima de minha mente, vi a luz imutável. Não era como a luz terrena e evidente para todo ser humano. Diria muito pouco se afirmasse que era apenas uma luz muito, muito mais brilhante do que a comum, ou tão intensa que penetrava todas as coisas. Não era assim, mas outra coisa, inteiramente diferente de tudo isto. Também não estava acima de minha mente como óleo sobre a água nem como o céu sobre a terra, mas mais alta, porque ela me fez, e eu, mais baixo, porque feito por ela. Quem conhece a verdade, conhece esta luz.
Ó eterna verdade e verdadeira caridade e cara eternidade! Tu és o meu Deus, por ti suspiro dia e noite. Desde que te conheci, tu me elevaste para ver que quem eu via, era, e eu, que via, ainda não era. E reverberaste sobre a mesquinhez de minha pessoa, irradiando sobre mim com toda a força. E eu tremia de amor e de horror. Vi-me longe de ti, no país da dessemelhança, como que ouvindo tua voz lá do alto: “Eu sou o alimento dos grandes. Cresce e me comerás. Não me mudarás em ti como o alimento de teu corpo, mas tu te mudarás em mim”.
E eu procurava o meio de obter forças, para tornar-me idôneo a te degustar e não o encontrava até que abracei o mediador entre Deus e os homens, o homem Cristo Jesus (1Tm 2,5), que é Deus acima de tudo, bendito pelos séculos (Rm 9,5). Ele me chamava e dizia: Eu sou o caminho, a verdade e a vida (Jo 14,6). E o alimento que eu não era capaz de tomar se uniu à minha carne, pois o Verbo se fez carne (Jo 1,14), para dar à nossa infância o leite de tua sabedoria, pela qual tudo criaste.
Tarde te amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde te amei! Eis que estavas dentro e eu, fora. E aí te procurava e lançava-me nada belo ante a beleza que tu criaste. Estavas comigo e eu não contigo. Seguravam-me longe de ti as coisas que não existiriam, se não existissem em ti. Chamaste, clamaste e rompeste minha surdez, brilhaste, resplandeceste e afugentaste minha cegueira. Exalaste perfume e respirei. Agora anelo por ti. Provei-te, e tenho fome e sede. Tocaste-me e ardi por tua paz.