Retiro Mensal

SECRETARIADO PARA ESPIRITUALIDADE

RETIRO - MÊS DE NOVEMBRO – 2024

SOLENIDADE DE TODOS OS SANTOS E SANTAS DE DEUS - ANO B

 

  • Prepare o ambiente: uma mesa com toalha, a bíblia, uma vela e cadeiras em círculo. Alguém acende a vela. Canta-se um hino apropriado. Pessoas previamente preparadas leem as leituras dos textos deste domingo: primeiro o Evangelho, segue a 1ª leitura, o salmo, a 2ª leitura

 

  • INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO...
  • LEITURA DOS TEXTOS BÍBLICOS
  • Evangelho: Mt 5,1-12a     1ª Leitura: Ap 7,2-4.9-14     Salmo: 23 (24)     2ª Leitura: 1 Jo 3,1-3.

Este ano a Liturgia nos oferece a sequência: dia de Finados e a festa de Todos os Santos. Isso nos favorece, como uma conexão entre a memória grata de nossos entes queridos falecidos e a celebração da grande festa de todos os que se mantiveram fiéis a Jesus Cristo, Nosso Senhor e Mestre. Com esta memória, nos detemos, em nosso retiro na liturgia da Festa de todos os Santos e Santas.

Desde a origem da Igreja não faltaram cristãos e cristãs que encerraram com o martírio por Cristo, o curso de sua vida terrena. Ao lado dos mártires, milhares de seguidores de Cristo deram testemunho de virtudes heroicas e também foram canonizados. Igualmente, outros tantos fiéis, cujos nomes não estão escritos no rol dos santos, cumpriram fielmente a vontade de Deus e viveram o amor fraterno de modo exemplar. Assim, a solenidade de todos os Santos, além de venerar esses modelos de santidade, nos ensina que tornar-se santos, ou santas, é possível para todos. Papa Francisco nos adverte: “O que quero recordar com essa exortação (GE) é, sobretudo, o chamado à santidade que o Senhor faz a cada um de nós, o chamado que dirige também a você: ‘Sejam santos porque eu sou santo’ (Lv 11,45; cf. 1 Pd 1,16)”. (Agenda da Paulus 3.11.2024).

  • APROFUNDAMENTO DOS TEXTOS
  • Evangelho: Mt 5,1-12a 

“O evangelho de Mateus, é o evangelho das bem-aventuranças: não prescrição, mas uma descrição do olhar de Jesus sobre a multidão que o rodeia. As bem-aventuranças inauguram a primeira das 5 grandes sessões de seu Evangelho em que ele quer oferecer aos discípulos uma espécie de regra para o próprio caminho nas pegadas do Senhor Jesus.

Como Moisés com o Pentateuco – para Mateus Jesus é o novo Moisés – Jesus oferece ao povo um caminho para viver a própria fidelidade a Deus: Moisés exatamente no deserto e no Sinai, assim o Senhor Jesus com suas palavras e gestos abre para cada um, um caminho possível de profunda beatitude, de autêntica felicidade. 

Com as oito bem-aventuranças, Jesus oferece o decálogo da felicidade que, na realidade, se baseia sobre o acolhimento da própria condição de vida, qualquer que ela seja, como âmbito possível de felicidade e plenitude. Tudo isso, não como fruto de um privilégio, mas de uma profunda relação com Ele. As bem-aventuranças são um esboço para reconciliar-nos conosco mesmo, com os constrangimentos da nossa vida, com as derrotas da nossa existência, com tudo o que nos perturba, nos cansa, nos faz sofrer. Mas este longo processo de aceitação profunda abre o nosso coração à compaixão, à solidariedade, ao acompanhar nossos irmãos e irmãs em humanidade, com grande dedicação e com uma espécie de capacidade de auto transcendência, ir além de nós mesmos e dos próprios parâmetros, numa compreensão profunda de cada vida, de cada mistério, de cada dor. Peçamos ao Senhor de nos tornarmos sempre mais discípulos do manso e humilde Senhor Jesus aprendendo a acolher-nos para poder sempre mais acolher”. (Frei Michel, Monje de Camaldoli). 

As bem-aventuranças são o salmo da nova felicidade evangélica. Jesus, novo Moisés, é o pregoeiro delas sobre a montanha (cf. Ex 19). Podem ser distribuídas em duas séries: a) as quatro primeiras e a oitava, relativa aos perseguidos, repetem o tema central de que o Messias veio para os pobres, isto é, para os que estão na escola do duro sofrimento e sabem que só podem contar com Deus. A eles o Messias quer dar o reino, a consolação, a “terra prometida”, a saciedade (cf. Is 61,1s = Lc 4,17-21; Mt 11,2-5); b) da quinta à sétima, elas convocam a colaborar com Deus, tomando a peito a miséria e trabalhando pela paz. Assim, se os discípulos de Cristo assumirem seu posto na luta contra a pobreza, a opressão, o sofrimento e a injustiça, o mundo será inteiramente novo, da novidade de Deus. 

  • 1ª Leitura: Ap 7,2-4.9-14.

Este trecho está no meio da seção que se denomina “os sete selos” (7,1-8,1). Os selos são abertos pelo Cordeiro imolado (5, 7.9; 6,1), isto é, por Jesus que se apresenta assim, por meio da sua paixão, como o revelador do desígnio salvífico de Deus. Nesse contexto, a visão, objeto da leitura, tem por fim indicar como os “assinalados” do novo Israel, isto é, da Igreja, são abençoados e protegidos por Deus na terra e conduzidos a uma felicidade sem dor. O v. 9 acentua bem a universalidade desta salvação, enquanto o v. 14 especifica o modo de obtê-la: a tribulação, que, além de indicar a peregrinação, indica também as provações que os fiéis devem enfrentar.

  • Salmo: Sl 23 (24) 

Refrão: É assim a geração dos que procuram o Senhor!    

1. Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, 
o mundo inteiro com os seres que o povoam;
porque ele a tornou firme sobre os mares,
e sobre as águas a mantém inabalável.

2. “Quem subirá até o monte do Senhor,
quem ficará em sua santa habitação?”
“Quem tem mãos puras e inocente coração
quem não dirige sua mente para o crime.

3. Sobre este desce a bênção do Senhor
e a recompensa de seu Deus e Salvador”.
“É assim a geração dos que o procuram,
e do Deus de Israel buscam a face”.

  • 2ª Leitura: 1 Jo 3,1-3

João considera aqui o cristão na sua realidade concreta de indivíduo que está em comunhão com o Pai e o Filho e indica o motivo dessa comunhão no fato de ser ele agora realmente filho de Deus e objeto do amor do Pai. Esta nossa realidade que não pode ser compreendida pelos que não conhecem a Deus, abre para a esperança da revelação total daquilo que somos, esperança que assemelha cada vez mais o cristão a Cristo Jesus.

Estamos há dois meses da conclusão do ano de 2024 que o Papa Francisco, orientou para que fosse dedicado à oração em preparação ao grande Jubileu de 2025. No Prefácio dos subsídios publicados ele afirma: “Neste ano, somos convidados a nos tornar mais humildes e a abrir espaço à oração que brota do Espírito Santo. É ele quem sabe colocar em nossos corações e em nossos lábios as palavras certas para sermos ouvidos pelo Pai. A oração no Espírito Santo é a que nos une a Jesus e nos permite aderir à vontade do Pai. O Espírito é o Mestre interior que indica o caminho a seguir; graças a Ele, a oração de uma só pessoa pode se tornar oração de toda a Igreja, e vice-versa. Não há nada como a oração segundo o Espírito Santo, o qual sabe reconhecer as necessidades de cada um para transformá-las em invocação e intercessão de todos, para fazer com que os cristãos se sintam unidos como família de Deus”. Cremos ser esta a comunhão dos santos na terra.

  • PARTILHA COMUNITÁRIA. 

Concluir com a oração do dia ou o canto do Salmo 23 (24) acima.