Retiro Mensal

SECRETARIADO DA ESPIRITUALIDADE RETIRO

MÊS DE JUNHO DE 2025 SOLENIDADE DE PENTECOSTES – ANO C

 

O AMBIENTE seja preparado com cadeiras em círculo para todas as pessoas que participam. No centro, uma mesa com toalha, bíblia ou lecionário e uma vela que alguém acende para começar. Oração silenciosa.

INVOCAÇÃO AO ESPÍRITO SANTO...

LEITURA DOS TEXTOS BÍBLICOS Evangelho:

Jo 20,19-23 Salmo: 103 1ª Leitura: At 2,1-11 2ª Leitura: 1Cor 12,3b-7.12-13

APROFUNDAMENTO DOS TEXTOS

A solenidade de Pentecostes celebra um acontecimento fundamental para a Igreja: a sua apresentação ao mundo, o nascimento oficial com o batismo no Espírito. Complemento da Páscoa, a vinda do Espírito sobre os discípulos manifesta a riqueza da vida nova do Ressuscitado no coração e na atividade dos discípulos; início da expansão da Igreja e princípio da sua fecundidade, ela se renova misteriosamente hoje para nós, como em toda assembleia eucarística e sacramental, e, de múltiplas formas, na vida das pessoas e dos grupos até o fim dos tempos. A “plenitude” do Espírito é a característica dos tempos messiânicos preparados pela secreta atividade do Espírito de Deus que “falou por meio dos profetas” e inspira em todos os tempos os atos de bondade, justiça e religiosidade das pessoas, até que encontrem em Cristo o seu sentido definitivo (cf. AG 4). A liturgia desta solenidade nos convida a olhar para o Espírito Santo e a tomar consciência da sua ação na Igreja e no mundo. Fonte inesgotável de Vida, o Espírito, transforma, renova, orienta, anima, fortalece, constrói comunidade, promove a unidade, transmite aos discípulos a força de se assumirem como anunciadores do Evangelho de Jesus.

Primeira leitura.

O autor dos Atos dos Apóstolos apresenta-nos o Espírito Santo como a Lei Nova que orienta e anima o povo da Nova Aliança. O Espírito faz com que homens e mulheres de todas as raças e culturas acolham a Boa Nova de Jesus e formem uma comunidade unida e fraterna, que fala a mesma língua, a do amor. O Espírito (força de Deus, presença ativa de Deus) que desce sobre os discípulos apresenta se na forma de “línguas de fogo”. Por que o Espírito é apresentado, nessa forma particular? A “língua” evoca a capacidade de comunicar, de estabelecer laços, construir comunidade. “Falar outras línguas” é criar relações, é superar o gueto, a divisão, o egoísmo, a marginalização. Na antiga história da “torre de Babel” (Gn 11,1-9), o orgulho, a ambição desmedida, a autossuficiência, o egoísmo, levaram os homens à separação, ao desentendimento, à confusão das línguas, à incapacidade de comunicar e de colaborar em projetos comuns. Agora chegou um novo tempo: o Espírito que Deus derrama sobre os discípulos, em forma de línguas de fogo, inverte a história de Babel e faz nascer um Povo novo, capaz de comunicar, de dialogar, de viver em comunhão.

Segunda leitura.

Na Primeira Carta aos Corintos, Paulo aborda diversas questões que lhe foram colocadas pelos cristãos de Corinto e onde, como “pano de fundo”, está a questão do encaixe dos valores cristãos nos valores da cultura grega. Paulo apresenta o Espírito como fonte de Vida para a comunidade cristã. É o Espírito que concede os dons que enriquecem a comunidade e que promove a unidade de todos os membros. Por isso, os dons do Espírito não podem ser usados para benefício pessoal, mas devem ser postos ao serviço de todos. Paulo conclui sua reflexão aplicando a metáfora do “corpo” à comunidade. Como um “corpo”, a comunidade é formada por diversos membros com funções diferentes; mas todos constituem um único “corpo”. A Igreja, “corpo” de Cristo também é formada por membros muito diversos (v. 12), cada um com sua função e sua riqueza; mas todos os membros desse “corpo” foram batizados num único Espírito e todos bebem da mesma vida que lhes vem desse único Espírito (v. 13). É o mesmo Espírito, fonte de Vida para todo o “corpo” que distribui os seus dons, promove a coesão, dinamiza a fraternidade e é o responsável pela unidade dos diversos membros que formam a comunidade.

O Evangelho

Apresenta-nos a comunidade da Nova Aliança reunida ao redor de Jesus ressuscitado. Para João, esta comunidade passa a ser uma comunidade viva, recriada, renovada, a partir do dom do Espírito. Fortalecidos pelo Espírito que Jesus ressuscitado lhes transmite, os discípulos podem partir ao encontro do mundo para o transformar e renovar. Jesus garantiu aos discípulos que iriam receber a força, do Espírito Santo, que os capacitaria para serem testemunhas da salvação de Deus em toda a terra. Trata-se de uma “promessa” decisiva. Não estamos sozinhos, entregues à nossa sorte, às nossas decisões falíveis, aos nossos medos e contradições. Através do Espírito é o próprio Jesus que nos acompanha, nos orienta, e nos dá força para levar em frente a missão. Nos relatos pascais aparece sempre, em pano de fundo, a convicção profunda de que a comunidade dos discípulos nunca estará sozinha, abandonada à sua sorte: Jesus ressuscitado, aquele que venceu a morte, a injustiça, o egoísmo, o pecado, a acompanha em cada passo do seu caminho histórico. É verdade que os discípulos de Jesus não vivem num mundo à parte, onde a fragilidade e a debilidade humana não os tocam. Como os outros homens e mulheres, eles experimentam o sofrimento, a frustração, o desânimo; têm medo quando o mundo escolhe caminhos de guerra e de violência; sofrem quando são atingidos pela injustiça, pela opressão e o ódio do mundo; conhecem a perseguição, a incompreensão e a morte… Mas, apesar de tudo isso, não se deixam vencer pelo pessimismo e pelo desespero, pois sabem que Jesus está “no meio deles”, oferecendo-lhes a sua paz e apontando-lhes o horizonte da Vida definitiva. A ação do Espírito Santo não se limita às fronteiras da Igreja. Ele está presente nos corações de todos os homens e mulheres de boa vontade, crentes ou não, que se dispõem a lutar por um mundo melhor, mais justo e mais humano. Podemos perceber a presença e a ação do Espírito em tantos gestos de bondade, de amor, partilha, serviço, perdão, cuidado e de acolhida que acontecem em toda parte e são sementes de um mundo novo. A contemplação desses gestos, sinais vivos do Espírito, deve ser, para nós, fonte de alegria e de esperança. “Sem o Espírito Santo, Deus está distante, o Cristo permanece no passado, o evangelho, uma letra morta, a Igreja uma simples organização, a autoridade um poder, a missão uma propaganda, o culto um arcaísmo, e a ação moral uma ação de escravos. Mas no Espírito Santo o cosmos é enobrecido pela geração do Reino, o Cristo ressuscitado está presente, o evangelho se faz força do Reino, a Igreja realiza a comunhão trinitária, a autoridade se transforma em serviço, a liturgia é memorial e antecipação, a ação humana se deifica” (Atenágoras).

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