27/03/2023


SEGUNDA-FEIRA DA 5ª SEMANA DA QUARESMA


Cor: Roxa | 1ª Semana do Saltério


Aclamação ao Evangelho Ez 33,11

R. Glória a vós, Senhor Jesus,
Primogênito dentre os mortos!
V. Não quero a morte do pecador, diz o Senhor,
mas que ele volte, se converta e tenha vida.

EVANGELHO

Quem dentre vós não tiver pecado, seja
o primeiro a atirar-lhe uma pedra.

+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 8,1-11

Naquele tempo,
Jesus foi para o monte das Oliveiras.
De madrugada, voltou de novo ao Templo.
Todo o povo se reuniu em volta dele.
Sentando-se, começou a ensiná-los.
Entretanto, os mestres da Lei e os fariseus
trouxeram uma mulher surpreendida em adultério.
Colocando-a no meio deles,
disseram a Jesus: 
"Mestre, esta mulher foi surpreendida em 
flagrante adultério.
Moisés na Lei mandou apedrejar tais mulheres.
Que dizes tu?"
Perguntavam isso para experimentar Jesus
e para terem motivo de o acusar.
Mas Jesus, inclinando-se,
começou a escrever com o dedo no chão.
Como persistissem em interrogá-lo,
Jesus ergueu-se e disse:
"Quem dentre vós não tiver pecado,
seja o primeiro a atirar-lhe uma pedra".
E tornando a inclinar-se,
continuou a escrever no chão.
E eles, ouvindo o que Jesus falou,
foram saindo um a um,
a começar pelos mais velhos;
e Jesus ficou sozinho,
com a mulher que estava lá, no meio, de pé.
Então Jesus se levantou e disse:
"Mulher, onde estão eles?
Ninguém te condenou?"
Ela respondeu: "Ninguém, Senhor".
Então Jesus lhe disse: 
"Eu também não te condeno.
Podes ir, e de agora em diante não peques mais".
Palavra da Salvação.

SEGUNDA-FEIRA DA 5ª SEMANA DA QUARESMA


Cor: Roxa | 1ª Semana do Saltério


Estou condenada a morrer, quando nada fiz.

Leitura da Profecia de Daniel 13,1-9.15-17.19-30.33-62

Naqueles dias,
na Balilônia vivia um homem chamado Joaquim.
Estava casado com uma mulher
chamada Susana, filha de Helcias,
que era muito bonita e temente a Deus.
Também os pais dela eram pessoas justas
e tinham educado a filha
de acordo com a lei de Moisés.
Joaquim era muito rico
e possuía um pomar junto à sua casa.
Muitos judeus costumavam visitá-lo,
pois era o mais respeitado de todos.
Ora, naquele ano,
tinham sido nomeados juízes dois anciãos do povo,
a respeito dos quais o Senhor havia dito:
“Da Babilônia brotou a maldade de anciãos-juízes,
que passavam por condutores do povo”.
Eles freqüentavam a casa de Joaquim,
e todos os que tinham alguma questão
se dirigiam a eles.
Ora, pelo meio-dia, quando o povo se dispersava,
Susana costumava entrar
e passear no pomar de seu marido.
Os dois anciãos viam-na todos os dias
entrar e passear,
e acabaram por se apaixonar por ela.
Ficaram desnorteados,
a ponto de desviarem os olhos
para não olharem para o céu,
e se esqueceram dos seus justos julgamentos.
Assim, enquanto os dois
estavam à espera de uma ocasião favorável,
certo dia, Susana entrou no pomar como de costume,
acompanhada apenas por duas empregadas.
E sentiu vontade de tomar banho,
por causa do calor.
Não havia ali ninguém, exceto os dois velhos
que estavam escondidos,
e a espreitavam.
Então ela disse às empregadas:
“Por favor, ide buscar-me óleo e perfumes
e trancai as portas do pomar,
para que eu possa tomar banho”.
Apenas as empregadas tinham saído,
os dois velhos levantaram-se
e correram para Susana, dizendo:
“Olha, as portas do pomar estão trancadas
e ninguém nos está vendo.
Estamos apaixonados por ti:
concorda conosco e entrega-te a nós!
Caso contrário, deporemos contra ti,
que um moço esteve aqui,
e que foi por isso
que mandaste embora as empregadas”.
Gemeu Susana, dizendo:
“Estou cercada de todos os lados!
Se eu fizer isto, espera-me a morte;
e, se não o fizer,
também não escaparei das vossas mãos;
mas é melhor para mim, não o fazendo,
cair nas vossas mãos do que pecar diante do Senhor!”
Então ela pôs-se a gritar em alta voz,
mas também os dois velhos gritaram contra ela.
Um deles correu para as portas do pomar e as abriu.
As pessoas da casa ouviram a gritaria no pomar
e precipitaram-se pela porta do fundo,
para ver o que estava acontecendo.
Quando os velhos apresentaram sua versão dos fatos,
os empregados ficaram muito constrangidos,
porque jamais se dissera coisa semelhante
a respeito de Susana.
No dia seguinte,
o povo veio reunir-se em casa de Joaquim, seu marido.
Os dois anciãos vieram também,
com a intenção criminosa
de conseguir sua condenação à morte.
Por isso, assim falaram ao povo reunido:
“Mandai chamar Susana,
filha de Helcias, mulher de Joaquim!”
E foram chamá-la.
Ela compareceu em companhia dos pais,
dos filhos e de todos os seus parentes.
Os que estavam com ela
e todos os que a viam, choravam.
Os dois velhos levantaram-se no meio do povo
e puseram as mãos sobre a cabeça de Susana.
Ela, entre lágrimas, olhou para o céu,
pois seu coração tinha confiança no Senhor.
Entretanto, os dois anciãos deram este depoimento:
“Enquanto estávamos passeando a sós no pomar,
esta mulher entrou com duas empregadas.
Depois, fechou as portas do pomar
e mandou as servas embora.
Então, veio ter com ela um moço
que estava escondido,
e com ela se deitou.
Nós, que estávamos num canto do pomar,
vimos esta infâmia.
Corremos para eles e os surpreendemos juntos.
Quanto ao jovem, não conseguimos agarrá-lo,
porque era mais forte do que nós
e, abrindo as portas, fugiu.
A ela, porém, agarramos,
e perguntamos quem era aquele moço.
Ela, porém, não quis dizer.
Disto nós somos testemunhas.
A assembleia acreditou neles,
pois eram anciãos do povo e juízes.
E condenaram Susana à morte.
Susana, porém, chorando, disse em voz alta:
“Ó Deus eterno, que conheces as coisas escondidas
e sabes tudo de antemão,
antes que aconteça!
Tu sabes que é falso o testemunho
que levantaram contra mim!
Estou condenada a morrer,
quando nada fiz do que estes maldosamente inventaram
a meu respeito!”
O Senhor escutou sua voz.
Enquanto a levavam para a execução,
Deus excitou o santo espírito de um adolescente,
de nome Daniel.
E ele clamou em alta voz:
“Sou inocente do sangue desta mulher!”
Todo o povo então voltou-se para ele e perguntou:
“Que palavra é esta, que acabas de dizer?”
De pé, no meio deles, Daniel respondeu:
“Sois tão insensatos, filhos de Israel?
Sem julgamento
e sem conhecimento da causa verdadeira,
vós condenais uma filha de Israel?
Voltai a repetir o julgamento,
pois é falso o testemunho
que levantaram contra ela!”
Todo o povo voltou apressadamente,
e outros anciãos disseram ao jovem:
“Senta-te no meio de nós
e dá-nos o teu parecer,
pois Deus te deu a honra da velhice”.
Falou então Daniel:
“Mantende os dois separados,
longe um do outro,
e eu os julgarei”.
Tendo sido separados,
Daniel chamou um deles e lhe disse:
“Velho encarquilhado no mal!
Agora aparecem os pecados
que estavas habituado a praticar.
Fazias julgamentos injustos,
condenando inocentes e absolvendo culpados,
quando o Senhor ordena:
‘Tu não farás morrer o inocente e o justo!’
Pois bem,
se é que viste, dize-me
à sombra de que árvore os viste abraçados?”
Ele respondeu:
“À sombra de uma aroeira”.
Daniel replicou
“Mentiste com perfeição,
contra a tua própria cabeça.
Por isso o anjo de Deus,
tendo recebido já a sentença divina,
vai rachar-te pelo meio!”
Mandando sair este,
ordenou que trouxessem o outro:
“Raça de Canaã, e não de Judá,
a beleza fascinou-te
e a paixão perverteu o teu coração.
Era assim que procedíeis com as filhas de Israel,
e elas por medo sujeitavam-se a vós.
Mas uma filha de Judá
não se submeteu a essa iniqüidade.
Agora, pois, dize-me
debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?”
Ele respondeu:
“Debaixo de uma azinheira”.
Daniel retrucou:
“Também tu mentiste com perfeição,
contra a tua própria cabeça.
Por isso o anjo de Deus já está à espera,
com a espada na mão, para cortar-te ao meio
e para te exterminar!”
Toda a assistência pôs-se a gritar com força,
bendizendo a Deus, que salva os que nele esperam.
E voltaram-se contra os dois velhos,
pois Daniel os tinha convencido,
por suas próprias palavras,
de que eram falsas testemunhas.
E, agindo segundo a lei de Moisés,
fizeram com eles
aquilo que haviam tramado perversamente
contra o próximo.
E assim os mataram,
enquanto, naquele dia, era salva uma vida inocente.
Palavra do Senhor.


LEITURA FORMA BREVE


Estou condenada a morrer, quando nada fiz.

Leitura da Profecia de Daniel 13,41c-62

Naqueles dias,
a assembleia condenou Susana à morte.
Susana, porém, chorando, disse em voz alta:
“Ó Deus eterno, que conheces as coisas escondidas
e sabes tudo de antemão,
antes que aconteça!
Tu sabes que é falso o testemunho
que levantaram contra mim!
Estou condenada a morrer,
quando nada fiz do que estes maldosamente inventaram
a meu respeito!”
O Senhor escutou sua voz.
Enquanto a levavam para a execução,
Deus excitou o santo espírito de um adolescente,
de nome Daniel.
E ele clamou em alta voz:
“Sou inocente do sangue desta mulher!”
Todo o povo então voltou-se para ele e perguntou:
“Que palavra é esta, que acabas de dizer?”
De pé, no meio deles, Daniel respondeu:
“Sois tão insensatos, filhos de Israel?
Sem julgamento
e sem conhecimento da causa verdadeira,
vós condenais uma filha de Israel?
Voltai a repetir o julgamento,
pois é falso o testemunho
que levantaram contra ela!”
Todo o povo voltou apressadamente,
e outros anciãos disseram ao jovem:
“Senta-te no meio de nós
e dá-nos o teu parecer,
pois Deus te deu a honra da velhice”.
Falou então Daniel:
“Mantende os dois separados,
longe um do outro,
e eu os julgarei”.
Tendo sido separados,
Daniel chamou um deles e lhe disse:
“Velho encarquilhado no mal!
Agora aparecem os pecados
que estavas habituado a praticar.
Fazias julgamentos injustos,
condenando inocentes e absolvendo culpados,
quando o Senhor ordena:
‘Tu não farás morrer o inocente e o justo!’
Pois bem,
se é que viste, dize-me
à sombra de que árvore os viste abraçados?”
Ele respondeu:
“À sombra de uma aroeira”.
Daniel replicou
“Mentiste com perfeição,
contra a tua própria cabeça.
Por isso o anjo de Deus,
tendo recebido já a sentença divina,
vai rachar-te pelo meio!”
Mandando sair este,
ordenou que trouxessem o outro:
“Raça de Canaã, e não de Judá,
a beleza fascinou-te
e a paixão perverteu o teu coração.
Era assim que procedíeis com as filhas de Israel,
e elas por medo sujeitavam-se a vós.
Mas uma filha de Judá
não se submeteu a essa iniqüidade.
Agora, pois, dize-me
debaixo de que árvore os surpreendeste juntos?”
Ele respondeu:
“Debaixo de uma azinheira”.
Daniel retrucou:
“Também tu mentiste com perfeição,
contra a tua própria cabeça.
Por isso o anjo de Deus já está à espera,
com a espada na mão, para cortar-te ao meio
e para te exterminar!”
Toda a assistência pôs-se a gritar com força,
bendizendo a Deus, que salva os que nele esperam.
E voltaram-se contra os dois velhos,
pois Daniel os tinha convencido,
por suas próprias palavras,
de que eram falsas testemunhas.
E, agindo segundo a lei de Moisés,
fizeram com eles
aquilo que haviam tramado perversamente
contra o próximo.
E assim os mataram,
enquanto, naquele dia, era salva uma vida inocente.
Palavra do Senhor.

SALMO RESPONSORIAL


Salmo  22(23),1-3a.3b-4.5.6 (p. 4a)

R. Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso,
nenhum mal eu temerei, estais comigo.

O Senhor é o pastor que me conduz; *
não me falta coisa alguma.
Pelos prados e campinas verdejantes *
ele me leva a descansar.
Para as águas repousantes me encaminha, *
e restaura as minhas forças. R.

Ele me guia no caminho mais seguro, *
pela honra do seu nome.
Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, *
nenhum mal eu temerei.
Estais comigo com bastão e com cajado, *
eles me dão a segurança! R.

Preparais à minha frente uma mesa, *
bem à vista do inimigo;
com óleo vós ungis minha cabeça, *
e o meu cálice transborda. R.

Felicidade e todo bem hão de seguir-me, *
por toda a minha vida;
e, na casa do Senhor, habitarei *
pelos tempos infinitos. R.    

Texto Patrístico


Dos Comentários sobre os Salmos, de São João Fisher, bispo e mártir
   (Ps 129: Opera omnia, edit. 1579, p. 1610)  (Séc. XVI)


Jesus Cristo é o nosso sumo sacerdote e o seu precioso corpo é o nosso sacrifício, que ele ofereceu no altar da cruz para a salvação de todos os homens. O sangue derramado por nossa redenção não era de novilhos e bodes (como na antiga Lei), mas do inocentíssimo cordeiro Cristo Jesus, nosso Salvador.

O templo onde nosso sumo sacerdote ofereceu o sacrifício não era feito por mãos humanas, mas edificado unicamente pelo poder de Deus. Porque ele derramou seu sangue diante do mundo, que é na verdade o templo construído só pela mão de Deus. Este templo tem duas partes: uma é a terra que agora habitamos; a outra ainda é desconhecida por nós mortais.

Jesus Cristo ofereceu seu primeiro sacrifício aqui na terra quando padeceu a morte crudelíssima. Em seguida, revestido da nova veste da imortalidade, com seu próprio sangue entrou no Santo dos Santos, isto é, no céu, onde apresentou diante do trono do Pai celeste aquele sangue de valor infinito, que derramara uma vez para sempre por todos os homens cativos do pecado.

Este sacrifício é tão agradável e aceito por Deus que, logo ao vê-lo, não pode deixar de compadecer-se de nós e derramar a sua misericórdia sobre todos os que estão verdadeiramente arrependidos.

É, além disso, um sacrifício eterno. Não é oferecido apenas uma vez cada ano (como acontecia entre os judeus), mas cada dia para o nosso consolo, e ainda mais, a cada hora e a cada momento, para nosso conforto e nossa alegria. Por isso o Apóstolo acrescenta: Obtendo uma eterna redenção (Hb 9,12).

Deste santo e eterno sacrifício, participam todos os que experimentaram a verdadeira contrição e arrependimento dos pecados cometidos, e tomaram a inabalável resolução de não mais voltar aos vícios antigos e de perseverar com firmeza no caminho das virtudes a que se consagraram.

É o que ensina São João com estas palavras: Meus filhinhos, escrevo isto para que não pequeis. No entanto, se alguém pecar, temos junto ao Pai um Defensor: Jesus Cristo, o Justo. Ele é a vítima de expiação pelos nossos pecados, e não só pelos nossos, mas também pelos do mundo inteiro (1Jo2,1-2).


Pedidos de Oração