Memória São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja
2ª Semana do Saltério | Ano Ímpar (I)
Aclamação ao Evangelho 2Cor 5,19
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Em Cristo, Deus reconciliou consigo mesmo a humanidade;
e a nós ele entregou esta reconciliação.
EVANGELHO
Chamou os que ele quis, para que ficassem com ele.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Marcos 3,13-19
Naquele tempo,
Jesus subiu ao monte e chamou os que ele quis.
E foram até ele.
Então Jesus designou Doze,
para que ficassem com ele
e para enviá-los a pregar,
com autoridade para expulsar os demônios.
Designou, pois, os Doze:
Simão, a quem deu o nome de Pedro;
Tiago e João, filhos de Zebedeu,
aos quais deu o nome de Boanerges,
que quer dizer “filhos do trovão”;
André, Filipe, Bartolomeu, Mateus, Tomé,
Tiago, filho de Alfeu, Tadeu, Simão, o cananeu,
e Judas Iscariotes, aquele que depois o traiu.
Palavra da Salvação.
Memória São Francisco de Sales, bispo e doutor da Igreja
2ª Semana do Saltério | Ano Ímpar (I)
Cristo é o mediador de uma aliança bem melhor.
Leitura da Carta aos Hebreus 8,6-13
Irmãos,
agora, Cristo possui um ministério superior.
Pois ele é o mediador de uma aliança bem melhor,
baseada em promessas melhores.
De fato, se a primeira aliança fosse sem defeito,
não se procuraria estabelecer uma segunda.
Com efeito, Deus adverte:
“Dias virão, diz o Senhor, em que concluirei
com a casa de Israel e com a casa de Judá
uma nova aliança.
Não como a aliança que eu fiz com os seus pais,
no dia em que os conduzi pela mão
para fazê-los sair da terra do Egito.
Pois eles não permaneceram fiéis à minha aliança;
por isso, me desinteressei deles, diz o Senhor.
Eis a aliança que estabelecerei com o povo de Israel,
depois daqueles dias – diz o Senhor:
colocarei minhas leis na sua mente
e as gravarei no seu coração,
e serei o seu Deus, e eles serão o meu povo.
Ninguém mais ensinará o seu próximo,
e nem o seu irmão, dizendo:
‘Conhece o Senhor!’
Porque todos me conhecerão,
desde o menor até o maior.
Porque terei misericórdia das suas faltas,
e não me lembrarei mais dos seus pecados”.
Assim, ao falar de nova aliança,
declarou velha a primeira.
Ora, o que envelhece e se torna antiquado
está prestes a desaparecer.
Palavra do Senhor.
Salmo 84(85),8 e 10.11-12.13-14 (π. 11a)
R. A verdade e o amor se encontrarão.
Mostrai-nos, ó Senhor, vossa bondade, *
concedei-nos também vossa salvação!
Está perto a salvação dos que o temem, *
e a glória habitará em nossa terra. R.
A verdade e o amor se encontrarão, *
a justiça e a paz se abraçarão;
da terra brotará a fidelidade, *
e a justiça olhará dos altos céus. R.
O Senhor nos dará tudo o que é bom, *
e a nossa terra nos dará suas colheitas;
a justiça andará na sua frente *
e a salvação há de seguir os passos seus. R.
Da Introdução à Vida Devota, de São Francisco de Sales, bispo
(Pars 1, cap. 3) (Séc. XVII)
A devoção deve ser praticada de modos diferentes
Na criação, Deus Criador mandou às plantas que cada uma produzisse fruto conforme sua espécie. Do mesmo modo, ele ordenou aos cristãos, plantas vivas de sua Igreja, que produzissem frutos de devoção, cada qual de acordo com sua categoria, estado e vocação.
A devoção deve ser praticada de modos diferentes pelo nobre e pelo operário, pelo servo e pelo príncipe, pela viúva, pela solteira ou pela casada. E isto ainda não basta. A prática da devoção deve adaptar-se às forças, aos trabalhos e aos deveres particulares de cada um.Dize-me, por favor, Filotéia, se seria conveniente que os bispos quisessem viver na solidão como os cartuxos; que os casados não se preocupassem em aumentar seus ganhos mais que os capuchinhos; que o operário passasse o dia todo na igreja como o religioso; e que o religioso estivesse sempre disponível para todo tipo de encontros a serviço do próximo, como o bispo. Não seria ridícula, confusa e intolerável esta devoção?
Contudo, este erro absurdo acontece muitíssimas vezes. E no entanto, Filotéia, a devoção quando é verdadeira não prejudica a ninguém; pelo contrário, tudo aperfeiçoa e consuma. E quando se torna contrária à legítima ocupação de alguém, é falsa, sem dúvida alguma.
A abelha extrai seu mel das flores sem lhes causar dano algum, deixando-as intactas e frescas como encontrou. Todavia, a verdadeira devoção age melhor ainda, porque não somente não prejudica a qualquer espécie de vocação ou tarefa, mas ainda as engrandece e embeleza.
Toda a variedade de pedras preciosas lançadas no mel, tornam-se mais brilhantes, cada qual conforme sua cor; assim também cada um se torna mais agradável e perfeito em sua vocação quando esta for conjugada com a devoção: o cuidado da família se torna tranqüilo, o amor mútuo entre marido e mulher, mais sincero, o serviço que se presta ao príncipe, mais fiel, e mais suave e agradável o desempenho de todas as ocupações.
É um erro, senão até mesmo uma heresia, querer excluir a vida devota dos quartéis de soldados, das oficinas dos operários, dos palácios dos príncipes, do lar das pessoas casadas. Confesso, porém, caríssima Filotéia, que a devoção puramente contemplativa, monástica e religiosa de modo algum pode ser praticada em tais ocupações ou condições. Mas, para além destas três espécies de devoção, existem muitas outras, próprias para o aperfeiçoamento daqueles que vivem no estado secular. Portanto, onde quer que estejamos, devemos e podemos aspirar à vida perfeita.