Cor: Verde | 4º Semana do Saltério | Ano Ímpar (I)
Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. Sou o Caminho, a Verdade e a Vida,
ninguém vem ao Pai, senão por mim.
EVANGELHO
Peçam contas do sangue de todos os profetas,
desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo Lucas 11,47-54
Naquele tempo, disse o Senhor:
“Ai de vós, porque construís os túmulos dos profetas;
no entanto, foram vossos pais que os mataram.
Com isso, vós sois testemunhas
e aprovais as obras de vossos pais,
pois eles mataram os profetas
e vós construís os túmulos.
É por isso que a sabedoria de Deus afirmou:
Eu lhes enviarei profetas e apóstolos,
e eles matarão e perseguirão alguns deles,
a fim de que se peçam contas a esta geração
do sangue de todos os profetas,
derramado desde a criação do mundo,
desde o sangue de Abel até o sangue de Zacarias,
que foi morto entre o altar e o santuário.
Sim, eu vos digo:
serão pedidas contas disso a esta geração.
Ai de vós, mestres da Lei,
porque tomastes a chave da ciência.
Vós mesmos não entrastes,
e ainda impedistes os que queriam entrar”.
Quando Jesus saiu daí,
os mestres da Lei e os fariseus
começaram a tratá-lo mal,
e a provocá-lo sobre muitos pontos.
Armavam ciladas, para pegá-lo de surpresa,
por qualquer palavra que saísse de sua boca.
Palavra da Salvação.
Cor: Verde | 4º Semana do Saltério | Ano Ímpar (I)
O homem é justificado pela fé,
sem a prática da Lei judaica.
Leitura da Carta de São Paulo aos Romanos 3,21-30
Irmãos:
Agora, sem depender do regime da Lei,
a justiça de Deus se manifestou,
atestada pela Lei e pelos Profetas;
justiça de Deus essa, que se realiza
mediante a fé em Jesus Cristo,
para todos os que têm a fé.
Pois diante desta justiça nóo há distinção:
todos pecaram e estão privados da glória de Deus,
e a justificação se dá gratuitamente, por sua graça,
em virtude da redenção realizada em Jesus Cristo.
Deus destinou Jesus Cristo a ser, por seu próprio sangue,
instrumento de expiação mediante a realidade da fé.
Assim Deus mostrou sua justiça
em ter deixado sem castigo os pecados cometidos outrora,
no tempo de sua tolerância.
Assim ainda ele demonstra sua justiça no tempo presente,
para ser ele mesmo justo,
e tornar justo aquele que vive a partir da fé em Jesus.
Onde estaria, então, o direito de alguém se gloriar?
- Foi excluído.
Por qual lei? Pela lei das obras?
- Absolutamente não,
mas, sim, pela lei da fé.
Com efeito, julgamos que o homem é justificado pela fé,
sem a prática da Lei judaica.
Acaso Deus é só dos judeus?
Não é também Deus dos pagãos?
Sim, é também Deus dos pagãos.
Pois Deus é um só.
Palavra do Senhor.
Salmo 129(130),1-2.3-4.5-6 (π. 7)
R. No Senhor se encontra toda graça
e copiosa redenção!
Das profundezas eu clamo a vós, Senhor, *
escutai a minha voz!
Vossos ouvidos estejam bem atentos *
ao clamor da minha prece! R
Se levardes em conta nossas faltas, *
quem haverá de subsistir?
Mas em vós se encontra o perdão, *
eu vos temo e em vós espero. R
No Senhor ponho a minha esperança, *
espero em sua palavra.
A minh’alma espera no Senhor *
mais que o vigia pela aurora. R
Da Vida de Santa Edviges, escrita por um contemporâneo
(Acta Sanctorum Octobris 8 [1853],201-202)
A serva de Deus sabia que as pedras vivas, empregadas na construção da celeste Jerusalém, devem ser polidas neste mundo pelos golpes e aflições e que as muitas tribulações são necessárias para se passar para a suprema glória e a pátria esplêndida. Expôs-se com total generosidade a muitos padecimentos e, sem piedade, maltratou o corpo por muitas e freqüentes flagelações. Macerava-se com jejuns e abstinências diárias tão severas que muitos se admiravam como uma mulher tão fraca e delicada pudesse agüentar tais tormentos.
Quanto mais atentamente se entregava à assídua mortificação da carne, feita, porém, com discernimento, tanto mais crescia no vigor do espírito e no desabrochar da graça, e nela se alimentava mais fortemente o incêndio da devoção e do amor divino. Não poucas vezes era arrastada ao alto e levada a Deus por tão ardente desejo, que ficava insensível e sem se dar conta do que se passava ao redor.
Da mesma forma como a devoção do espírito tendia sempre para Deus, sua piedade benfazeja inclinava-se para o próximo, distribuindo com liberalidade esmolas aos indigentes, aos conventos e religiosos, que moravam dentro ou fora dos mosteiros, às viúvas e aos órfãos, aos doentes e fracos, aos leprosos, aos presos nas cadeias ou nos cárceres, aos peregrinos, às mulheres pobres que amamentavam os filhinhos. Assim a todos socorria com seus benefícios; e absolutamente a ninguém que viesse em busca de auxílio permitia sair sem conforto.
E porque esta serva de Deus nunca descuidou de exercer todas as boas obras a seu alcance, Deus lhe concedeu também esta graça: mesmo humanamente impossibilitada de agir, sem nada poder fazer com as próprias forças, por virtude divina da paixão de Cristo, conseguia realizar aquilo que as súplicas do próximo em necessidade lhe pediam. Por isto, aos que a ela recorriam tanto nas dificuldades do corpo quanto do espírito, teve o poder de ajudar, segundo a vontade do bem-querer divino.
Oração
Nós te pedimos, ó Deus onipotente, que a intercessão de Santa Edviges nos obtenha a graça de imitar o que nela admiramos, pois a humildade da sua vida serve de exemplo para todos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, na unidade do Espírito Santo.
Texto Patrístico
Das Cartas de Santa Margarida Maria Alacoque, virgem
(Vie et Oeuvres 2, Paris 1915,321.336.493.554)
A mim me parece que o grande desejo de nosso Senhor, de que se tribute honra especial a seu Sagrado Coração, tem por finalidade renovar em nós os frutos da redenção. Pois o Sagrado Coração é fonte inexaurível, que somente quer difundir-se pelos corações humildes, a fim de que estejam livres e prontos a viver sua vida em conformidade com seu beneplácito.
Deste divino Coração correm sem parar três rios: o primeiro é de misericórdia pelos pecadores, derramando neles o espírito de contrição e de penitência. O segundo é de caridade, para auxílio de todos os sofredores, em particular dos que aspiram à perfeição, para que encontrem os meios de superar as dificuldades. Do terceiro, enfim, manam o amor e a luz para seus amigos perfeitos, que ele deseja unir à sua ciência e à participação de seus preceitos, para que, cada um a seu modo, se dedique totalmente à expansão de sua glória.
Este Coração divino é oceano de todos os bens. Nele precisam os pobres mergulhar todas as suas necessidades. É oceano de alegria, onde temos de mergulhar todas as nossas tristezas. É abismo de humildade contra nossa loucura, abismo de misericórdia para os miseráveis, abismo de amor para as nossas indigências.
Tendes, por isto, de unir-vos ao Coração de nosso Senhor Jesus Cristo, no princípio da vida nova, para vos preparardes bem; no fim, para consumardes. Vossa oração é vazia? Então, basta que ofereçais a Deus as preces que o Salvador eleva por nós no sacramento do altar, entregando seu fervor em reparação de vossa tibieza. Sempre que ides fazer algo, rezai assim: “Meu Deus, faço ou suporto isto no Coração de teu Filho e, conforme a seus santos desígnios, ofereço-te em reparação de tudo quanto há de falho ou de imperfeito em minhas obras”. E deste modo, em todas as circunstâncias. E em tudo que vos acontecer de penoso, aflitivo ou injurioso, dizei a vós mesmos: “Recebe o que o Sagrado Coração de Jesus Cristo te envia a fim de unir-te a ele”.
Acima de tudo, porém, guardai a paz do coração que supera todos os tesouros. Para guardá-la, nada de melhor que renunciar à própria vontade e colocar a vontade do divino Coração em lugar da nossa, de modo que ela realize em nosso nome o que redunda em sua glória. E nós, felizes, nos submetamos a ele, com absoluta confiança.