1ª Semana do Saltério | Cor: Branco
Aclamação ao Evangelho
R. Aleluia, Aleluia, Aleluia.
V. O Espírito Santo, o Paráclito,
haverá de lembrar-vos
de tudo o que tenho falado, aleluia.
EVANGELHO
O Defensor, o Espírito Santo,
que o Pai enviará, ele vos ensinará tudo.
+ Proclamação do Evangelho de Jesus Cristo segundo João 14,21-26
Naquele tempo, disse Jesus a seus discípulos:
“Quem acolheu os meus mandamentos e os observa,
esse me ama.
Ora, quem me ama,
será amado por meu Pai,
e eu o amarei e me manifestarei a ele”.
Judas – não o Iscariotes – disse-lhe:
“Senhor, como se explica
que te manifestarás a nós
e não ao mundo?”
Jesus respondeu-lhe:
“Se alguém me ama, guardará a minha palavra,
e o meu Pai o amará,
e nós viremos
e faremos nele a nossa morada.
Quem não me ama,
não guarda a minha palavra.
E a palavra que escutais não é minha,
mas do Pai que me enviou.
Isso é o que vos disse enquanto estava convosco.
Mas o Defensor,
o Espírito Santo, que o Pai enviará em meu nome,
ele vos ensinará tudo
e vos recordará tudo o que eu vos tenho dito.
Palavra da Salvação.
1ª Semana do Saltério | Cor: Branco
Anunciamos que vos convertais
desses ídolos inúteis para o Deus vivo.
Leitura dos Atos dos Apóstolos 14,5-18
Naqueles dias, em Icônio,
pagãos e judeus, tendo à frente seus chefes,
estavam dispostos a ultrajar e apedrejar Paulo e Barnabé.
Ao saberem disso, Paulo e Barnabé fugiram
e foram para Listra e Derbe,
cidades da Licaônia, e seus arredores.
Aí começaram a anunciar o Evangelho.
Em Listra, havia um homem paralítico das pernas,
que era coxo de nascença
e nunca fora capaz de andar.
Ele escutava o discurso de Paulo.
E este, fixando nele o olhar
e notando que tinha fé para ser curado,
disse em alta voz:
“Levanta-te direito sobre os teus pés”.
O homem deu um salto e começou a caminhar.
Vendo o que Paulo acabara de fazer,
a multidão exclamou em dialeto licaônico:
“Os deuses desceram entre nós
em forma de gente!”
Chamavam a Barnabé Júpiter e a Paulo Mercúrio,
porque era Paulo quem falava.
Os sacerdotes de Júpiter,
cujo templo ficava defronte à cidade,
levaram à porta touros ornados de grinaldas
e queriam, com a multidão, oferecer sacrifícios.
Ao saberem disso,
os apóstolos Barnabé e Paulo rasgaram as vestes
e foram para o meio da multidão, gritando:
“Homens, o que estais fazendo?
Nós também somos homens mortais como vós,
e vos estamos anunciando
que precisais deixar esses ídolos inúteis
para vos converterdes ao Deus vivo,
que fez o céu, a terra, o mar
e tudo o que neles existe.
Nas gerações passadas, Deus permitiu
que todas as nações seguissem o próprio caminho.
No entanto, ele não deixou
de dar testemunho de si mesmo
através de seus benefícios,
mandando do céu chuvas e colheitas,
dando alimento e alegrando vossos corações”.
E assim falando, com muito custo,
conseguiram que a multidão
desistisse de lhes oferecer um sacrifício.
Palavra do Senhor.
Salmo 113B(115),1-2.3-4.15-16 (p. 1)
R. Não a nós, ó Senhor, não a nós,
ao vosso nome, porém, seja glória.
Ou: Aleluia, Aleluia, Aleluia.
Não a nós, ó Senhor, não a nós, †
ao vosso nome, porém, seja a glória, *
porque sois todo amor e verdade!
Por que hão de dizer os pagãos: *
“Onde está o seu Deus, onde está?” R.
É nos céus que está o nosso Deus, *
ele faz tudo aquilo que quer.
São os deuses pagãos ouro e prata, *
todos eles são obras humanas. R.
Abençoados sejais do Senhor, *
do Senhor que criou céu e terra!
Os céus são os céus do Senhor, *
mas a terra ele deu para os homens. R.
Dos Sermões de São Gregório de Nissa, bispo
(Oratio 1 in Christi resurrectionem: PG 46, 603-606.626-627)
(Séc.IV)
O primogênito da nova criação
Começou o reino da vida e foi dissolvido o império da morte. Apareceu um novo nascimento, uma vida nova, um novo modo de viver; a nossa própria natureza foi transformada. Que novo nascimento é este? É o daqueles que não nasceram do sangue nem da vontade da carne nem da vontade do homem, mas de Deus mesmo (Jo 1,13).
Tu perguntas: como isto pode acontecer? Escuta-me, vou te explicar em poucas palavras.
Este novo ser é concebido pela fé; é dado à luz pela regeneração do batismo; tem por mãe a Igreja que o amamenta com sua doutrina e tradições. Seu alimento é o pão celeste; sua idade adulta é a santidade; seu matrimônio é a familiaridade com a sabedoria; seus filhos são a esperança; sua casa é o reino; sua herança e riqueza são as delícias do paraíso; seu fim não é a morte, mas aquela vida feliz e eterna que está preparada para os que dela são dignos.
Este é o dia que o Senhor fez para nós (Sl 117,24), dia muito diferente daqueles que foram estabelecidos desde o início da criação do mundo e que são medidos pelo decurso do tempo. Este dia é o início de uma nova criação. Nele Deus faz um novo céu e uma nova terra, como diz o Profeta. Que céu é este? Seu firmamento é a fé em Cristo. E que terra é esta? O coração bom, de que fala o Senhor, é a terra que absorve a água das chuvas e produz frutos em abundância.
O sol desta nova criação é uma vida pura; as estrelas são as virtudes; a atmosfera é um comportamento digno; o mar é a profundidade da riqueza, da sabedoria e da ciência (Rm 11,33). As ervas e as sementes são a boa doutrina e a Escritura divina, onde o rebanho, isto é, o povo de Deus, encontra sua pastagem e alimento; as árvores frutíferas são a prática dos mandamentos.
Neste dia, o verdadeiro homem é criado à imagem e semelhança de Deus. Não é, porventura, um novo mundo que começa para ti neste dia que o Senhor fez? Não diz o Profeta que esse dia e essa noite não têm igual entre os outros dias e noites?
Mas ainda não explicamos o dom mais precioso que recebemos neste dia de graça. Ele destruiu as dores da morte e deu à luz o primogênito dentre os mortos.
Subo para junto do meu Pai e vosso Pai, meu Deus e vosso Deus (Jo 20,17), diz o Senhor Jesus. Que notícia boa e maravilhosa! O Filho Unigênito de Deus, que por nós se fez homem, a fim de nos tornar seus irmãos, apresenta-se como homem diante de seu verdadeiro Pai, para levar consigo todos os novos membros da sua família.
Fonte: Liturgia das Horas, II- Tempo da Quaresma, Tríduo Pascal, Tempo da Páscoa, 1995.
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