Nasceu na Hungria cerca do ano 1046, quando seu pai aí vivia exilado. Foi dada em matrimônio a Malcom III, rei da Escócia e teve oito filhos. Foi exemplo admirável de mãe e de rainha. Morreu em Edimburgo no ano 1093.

Texto patrístico
Da Constituição Pastoral Gaudium et spes sobre a Igreja no mundo de hoje,
do Concílio Vaticano II (N. 48). (Séc. XX)
O homem e a mulher, que pelo pacto conjugal já não são dois, mas uma só carne (Mt 19,6), prestam-se mutuamente serviço e auxílio, experimentam e realizam cada dia mais plenamente o senso de sua unidade pela união íntima das pessoas e das atividades. Essa união íntima, doação recíproca de duas pessoas, bem como o bem dos filhos exigem a perfeita fidelidade dos cônjuges e sua indissolúvel unidade.
O autêntico amor conjugal é assumido no amor divino. É guiado e enriquecido pelo poder redentor de Cristo e pela ação salvífica da Igreja, para que os esposos sejam conduzidos eficazmente a Deus e ajudados e confortados na sublime missão de pai e mãe. Por isso os esposos cristãos são robustecidos – e como que consagrados – por um sacramento especial para os deveres e dignidades de seu encargo. Exercendo o dever conjugal e familiar em virtude desse sacramento, imbuídos do Espírito de Cristo, que lhes impregna toda a vida com a fé, a esperança e a caridade, aproximam-se cada vez mais da própria perfeição e mútua santificação e, assim unidos, contribuem para a glorificação de Deus.
Em conseqüência, tendo à frente os próprios pais com o exemplo e a oração familiar, os filhos e todos os que convivem no círculo da família encontrarão mais facilmente o caminho de humanidade, salvação e santidade. Mas os cônjuges, providos com a dignidade e o dever da paternidade e maternidade, cumprirão diligentemente o ofício da educação, sobretudo religiosa, que, em primeiro lugar, complete a eles.
Como membros vivos da família, a seu modo colaboram os filhos para a santificação dos pais. Retribuirão, com efeito, os benefícios dos pais de alma agradecida, com piedade e confiança e os assistirão nas adversidades e na solidão da velhice como convém a filhos. Seja honrada por todos a viuvez, assumida com fortaleza de ânimo em continuidade com a vocação conjugal. Assim a família comunicará generosamente suas riquezas espirituais também às outras famílias. E a família cristã patenteará a todos a presença viva do Salvador no mundo e a autêntica natureza da Igreja pelo amor dos cônjuges, pela fecundidade generosa, pela unidade e fidelidade, e pela amável cooperação de todos os membros, porque se origina do matrimônio, imagem e participação no pacto de amor entre Cristo e a Igreja
Ó Deus, que tornaste Santa Margarida da Escócia admirável por sua imensa caridade para com os pobres, dá-nos ser, por sua intercessão e exemplo, um reflexo da vossa bondade. Por nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, na unidade do Espírito Santo.
NO MESMO DIA 16 DE NOVEMBRO
Santa Gertrudes,virgem
Nasceu em Eisleben (Turíngia) no ano 1256. Era muito jovem ainda quando foi acolhida no mosteiro cisterciense de Helfta, onde se entregou com grande diligência ao estudo, dedicando-se especialmente à literatura e à filosofia. Mais tarde, consagrou-se exclusivamente a Deus e progrediu de modo admirável no caminho da perfeição, levando uma vida extraordinária de oração e contemplação. Morreu a 17 de novembro de 1301.
Texto patrístico

Dos livros das Revelações do amor divino, de Santa Gertrudes, virgem
(Lib. 2,23,1.3.5.8.10: SCh 139,330-340). (Séc. XIII)
Que minha alma te bendiga, Senhor Deus, meu criador, e, do mais íntimo de meu ser, louvem-te as tuas misericórdias com que tão gratuitamente me envolveu tua imensa piedade! Dou graças, onde e sempre que posso, à tua infinita misericórdia. Com ela louvo e glorifico tua generosa paciência com que encobriste todos os anos de minha infância e meninice, adolescência e juventude, até perto dos vinte e cinco anos. Anos vividos com tão cega insensatez que, por pensamentos, palavras e atos, fazia sem remorsos, assim me parece agora, tudo o que queria, onde quer que podia. Se não me prevenisses pelo inato horror ao mal e gosto pelo bem, pela exortação exterior das pessoas circunstantes, teria vivido como pagã entre pagãos. Nunca teria, então, entendido que tu, meu Deus, recompensas o bem e castigas o mal. No entanto, desde a infância, isto é, os cinco anos, tu me tinhas escolhido para me admitir entre os mais fiéis dos teus amigos na prática da santa religião.
Por isto, Pai amantíssimo, como reparação, eu te ofereço a paixão de teu dileto Filho, desde a hora em que deu o primeiro vagido, deitado nas palhas da manjedoura, e, em seguida, suportou as fraquezas da infância, os limites da meninice, as adversidades da adolescência e os sofrimentos juvenis, até a hora em que, inclinando a cabeça na cruz, entregou o espírito com um forte grito. Da mesma forma, em satisfação de todas as minhas negligências, ofereço-te, Pai amantíssimo, a mais santa das vidas, perfeitíssima em todos os pensamentos, palavras e atos, a vida de teu Unigênito, desde o instante em que, enviado das alturas do teu trono, entrou em nosso mundo, até depois daquela hora em que apresentou a teus paternos olhos a glória da carne vencedora.
Em ação de graças, mergulhando no profundo abismo da humildade, cubro de louvores tua mais que excelente misericórdia. Ao mesmo tempo adoro a suavíssima benignidade com que tu, Pai das misericórdias, pensaste pensamentos de paz e não de aflição sobre mim que vivia tão desorientada, e com que me exaltarias com a multidão e grandeza de teus benefícios. Acrescentaste ainda para mim o dom da familiaridade inestimável da amizade. De diversos modos me abriste a nobilíssima arca da divindade, quero dizer, teu coração divinizado, para a satisfação de todos os meus desejos.
Além de tudo isto, atraíste minha alma com as promessas tão firmes de benefícios com que queres me cumular na morte e depois da morte. Com toda razão, se não recebesse de ti nenhum outro dom, só por elas o meu coração com viva esperança ansiaria sem cessar por ti.
Ó Deus, que preparaste para vós uma agradável morada no coração da virgem Santa Gertrudes, ilumina, por suas preces, as trevas do nosso coração, para que experimentemos em nós a alegria da tua presença e a força da tua graça. Por nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, na unidade do Espírito Santo.