10/12- Santa Joana Francisca de Chantal, Mfac

  • Recordação da vida

Nasceu em Dijon (França), no ano de 1572. Casou-se com o barão de Chantal, e foi mãe de seis filhos, os quais educou na piedade. Após a morte do marido, levou uma admirável vida de perfeição, sob a direção de S. Francisco de Sales, praticando especialmente a caridade para com os pobres e enfermos. Fundou a Ordem da Visitação, que governou com sabedoria. Morreu em 1641.


Texto patrístico

Das Memórias de Santa Joana Francisca, escritas por uma religiosa, sua secretária

(Françoise-Madeleine de Chaugy, Mémoires sur la vie et les vertus de Sainte

J.-F. de Chantal, III, 3: 3ª ed., Paris 1853, p. 306-307)

 

Certo dia, Santa Joana disse estas fervorosas palavras, logo fielmente recolhidas:

“Filhas diletíssimas, muitos dos nossos santos Padres e colunas da Igreja não sofreram o martírio; sabeis dizer-me por que razão?” Após a resposta de cada uma, disse a santa Madre: “Quanto a mim, creio que isto aconteceu assim, por haver outro martírio que se chama martírio de amor, em que Deus, conservando em vida seus servos e servas a fim de trabalharem para sua glória, os faz ao mesmo tempo mártires e confessores. Sei que, por disposição divina – acrescentou – as filhas da Visitação são chamadas a este martírio com o mesmo ardor que levou a afrontá-lo aquelas servas mais afortunadas.

À pergunta de uma irmã sobre o modo como poderá se realizar este martírio, respondeu: “Abri-vos inteiramente à vontade de Deus e tereis a prova. O amor divino mergulha sua espada até o mais íntimo e secreto de nossas almas, e separa-nos de nós mesmas. Conheci uma alma a quem o amor separou de tudo quanto lhe agradava, como se o golpe dado pela espada de um tirano lhe tivesse separado o espírito do corpo”.

Percebemos que falara de si mesma. Tendo outra irmã indagado quanto tempo duraria esse martírio, explicou: “Desde o momento em que nos entregamos a Deus sem reservas, até o fim da vida. No entanto, isto só diz respeito às pessoas magnânimas, que, renunciando completamente a si mesmas, são fiéis ao amor; os fracos e inconstantes no amor, nosso Senhor não os leva pelos caminhos do martírio, mas deixa-os viver a passos lentos, para que não se afastem dele; pois nunca força a livre vontade”.

Quando, por fim, lhe foi perguntado se este martírio de amor poderia ser igualado ao martírio do corpo, respondeu: “Não nos preocupemos com a questão da igualdade, muito embora eu julgue que um não ceda ao outro, porque o amor é forte como a morte (Ct 8,6). E ainda porque os mártires de amor sofrem dores mil vezes mais agudas conservando a vida para cumprir a vontade de Deus, do que se tivessem de dar mil vidas para testemunhar a sua fé, o seu amor e a sua fidelidade”.

  • Oração

Ó Deus, que ornaste de grandes méritos a santa Joana Francisca de Chantal nos diversos estados de vida, concede-nos, por suas preces, corresponder fielmente à nossa vocação e ser em todas as circunstâncias um exemplo para todos. Por nosso Senhor Jesus Cristo, teu Filho, na unidade do Espírito Santo.



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